Ainda se tem um hiato na web arte entre a forma de apresentação dos temas, devido à utilização de diversas mídias em uma só obra. A consistência ou mesmo unidade representativa do que seja web arte se perde dentre a multiplicidade de ferramentas utilizadas. São pinturas, fotografias, flashes, sons e objetos mecanizados que juntos formam algo curioso e inovador. Por isso, o futuro da criação na web é posto em debate por muitos estudiosos, é complicado aplicar em estruturas hipertextuais uma finitude de valores se o próprio meio impossibilita limitar-se.
Thiago Boud’hors, um web artista brasileiro, vê na web arte um caráter similar a qualquer outro momento. Segundo ele, o processo criativo deste momento artístico segue os mesmos parâmetros de desenvolvimento técnico, ambas têm de definir um objetivo, escolher uma ferramenta e executar um trabalho. Em contrapartida, André Parente (pôr link pra ele), Doutor em Cinema pela Universidade Paris VIII também fala sobre a revolução tecnológica e do ciberespaço, mas foca na nova ordem econômica e social, “fala-se em sociedade da informação, era do virtual, vida digital, homem simbiótico”. Neste caso, Parente vê na ascensão da nova tecnologia um efeito direto no sistema e não no desenvolvimento da produção digital em si. Pode-se afirmar que a problemática novamente se dirige ao modo de inserir o homem nesse momento de ascensão digital.
Exemplos de web arte
Interface do site Distropia de Thiago Boud'Hors.
O webmaster Ricardo Anderáos, gerente de novas mídias do Instituto Cultural Itaú acredita na qualidade intrínseca dos trabalhos criados na web como a única garantia de seu estatuto artístico. Então, ser alfabetizado visualmente é característica inerente para acompanhar as mudanças na arte e tecnologia. A maioria não tem capacidade de absorver novos signos e linguagem, logo a produção massiva de web arte atingiria apenas a juventude cibernética ou profissional da área.
Reiner Strasser, responsável pela criação de Weak Blood, site de uma das mostras do Museu de Arte Metropolitana de Tóquio, questiona a web arte pelo seu aspecto de interação. Os internautas devem agir, devem clicar para dialogarem com a web arte. Nossa função de meros telespectadores ou ouvintes é posta em stand-by, as sensações e experiências do espectador surgem através de descobrimento. Descobriremos mais se houver curiosidade própria e incentivos culturais, logo ressaltar a nova técnica artística é emancipar como cidadão digital. Investir nisso é preciso, além do famoso “navegar”.