terça-feira, 25 de novembro de 2008

Perspectivas para o futuro da web arte

O professor universitário em Estética, História da Arte e Literatura pela Universidade Nacional de San Martín, Carlos Fajardo Fajardo, encara o futuro da arte digital como “desaparecimento da era da interpretação e início à era da programação”, com uma perspectiva pouco humanista da chegada da linguagem do cálculo e dos modelos numéricos. Para ele, consolidar a web arte em escala global requer absorvê-la do modo com o qual se faz há tempos: considerar membro do momento artístico e suas novas linguagens. A admiração de uma web arte se afirma a partir do momento no qual a exploração do tema da obra se torna compreensível.
Ainda se tem um hiato na web arte entre a forma de apresentação dos temas, devido à utilização de diversas mídias em uma só obra. A consistência ou mesmo unidade representativa do que seja web arte se perde dentre a multiplicidade de ferramentas utilizadas. São pinturas, fotografias, flashes, sons e objetos mecanizados que juntos formam algo curioso e inovador. Por isso, o futuro da criação na web é posto em debate por muitos estudiosos, é complicado aplicar em estruturas hipertextuais uma finitude de valores se o próprio meio impossibilita limitar-se.
Thiago Boud’hors, um web artista brasileiro, vê na web arte um caráter similar a qualquer outro momento. Segundo ele, o processo criativo deste momento artístico segue os mesmos parâmetros de desenvolvimento técnico, ambas têm de definir um objetivo, escolher uma ferramenta e executar um trabalho. Em contrapartida, André Parente (pôr link pra ele), Doutor em Cinema pela Universidade Paris VIII também fala sobre a revolução tecnológica e do ciberespaço, mas foca na nova ordem econômica e social, “fala-se em sociedade da informa­ção, era do virtual, vida digital, homem simbiótico”. Neste caso, Parente vê na ascensão da nova tecnologia um efeito direto no sistema e não no desenvolvimento da produção digital em si. Pode-se afirmar que a problemática novamente se dirige ao modo de inserir o homem nesse momento de ascensão digital.


Exemplos de web arte

Interface do site Distropia de Thiago Boud'Hors.


O webmaster Ricardo Anderáos, gerente de novas mídias do Instituto Cultural Itaú acredita na qualidade intrínseca dos trabalhos criados na web como a única garantia de seu estatuto artístico. Então, ser alfabetizado visualmente é característica inerente para acompanhar as mudanças na arte e tecnologia. A maioria não tem capacidade de absorver novos signos e linguagem, logo a produção massiva de web arte atingiria apenas a juventude cibernética ou profissional da área.
Reiner Strasser, responsável pela criação de Weak Blood, site de uma das mostras do Museu de Arte Metropolitana de Tóquio, questiona a web arte pelo seu aspecto de interação. Os internautas devem agir, devem clicar para dialogarem com a web arte. Nossa função de meros telespectadores ou ouvintes é posta em stand-by, as sensações e experiências do espectador surgem através de descobrimento. Descobriremos mais se houver curiosidade própria e incentivos culturais, logo ressaltar a nova técnica artística é emancipar como cidadão digital. Investir nisso é preciso, além do famoso “navegar”.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Os Artístas da Web Arte

A experiência vivenciada no site Museam of Web Art, o MOWA é um excelente exemplo. O site consiste em um museu virtual dotado de elementos conhecidos nossos dos museus reais, tais como recepcionistas, panfletos descritivos das obras e coleções, divisão espacial das galerias, giftshop, espaço para crianças, visitas guiadas, entre outros. Através do link e do hipertexto, o visitante pode transitar livremente pelas lexias que representam as galerias e suas diversas obras, especialmente planejadas para a web.


Outro site referência é o rhizome, que permite a "artistas amadores", se assim podemos chamá-los, a se cadastrarem e exibirem suas obras. Dessa forma, o site recebe novas obras todos os dias. O rhizome se define como um site para os artistas que usam softwares, codes, websites, imagens em movimento ou browsers com fins estéticos e críticos.


Em agosto de 2002, em São Paulo, realizou-se o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, uma grande exposição que reuniu mais de cem obras selecionadas e expostas no Paço das Artes, no Sesc de Vila Mariana e no site do festival.


No cenário nacional, vale destacar o nome de Gilbertto Prado e sua obra Desertesejo, desenvolvida junta ao Programa Rumos Itaú cultural Novas Mídias. Outro nome importante é o de Giselle Beiguelman, professora de Pós-Gaduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Dentre seus trabalhos, o “egoscópio” chama a atenção.


domingo, 23 de novembro de 2008

A Potencialização do Hipertexto através da Web Arte

Para ampliar a qualidade e a quantidade de sons, imagens e animações, os artistas lançam mão de softwares como o Macromedia Flash com possibilidades ilimitadas de efeitos visuais, sonoros e temporais a fim de estimular o visitante. O trabalho de arte na Internet pretende tornar a navegação uma experiência subjetiva, ligada à vivência do usuário, sobretudo porque se presta a um número de interpretações totalmente individuais de quem admira a obra. Cada pessoa terá uma percepção distinta da mesma obra, cada um terá uma experiência própria. Este é o intuito da web arte. Através da possibilidade de interferência, interação do internauta.
No exemplo abaixo, temos a obra de Arnaldo Antunes, do site arteria8. Na obra em questão há intensa interação do usuário: ele arrasta as letras e forma o que quiser com elas. Posso escrever CRESCER, mas posso também formar uma série repetitiva das letras como EEEE, ou SCSCSC.


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A evolução da arte

Segundo Julio Plaza, autor do livro “Processos Criativos com os Meios Eletrônicos: Poéticas Digitais”, a arte se modifica de acordo com a estrutural cultural e econômica de cada sociedade. A cada passo da evolução humana os aparatos técnicos se aprimoram e, por isso, ocorrem modificações no modo de interagir com a arte.
Ele explica também que a evolução da forma de se fazer arte passa por três fronteiras quando surgem novas tecnologias: a do passado, que é dilatada, a do futuro, que se abre para novas perspectivas, e a do presente, que é posta em crise para que assim possibilite o futuro. Para explicar melhor como se deu o processo de modificação da arte, ele irá dividir em três períodos: o pré-industrial – no qual a interação se dá através do homem e do objeto, com a pintura, o desenho, a caligrafia, a escultura e a dança -; o período industrial, cujos exemplos são as gravuras, a fotografia, o cinema e as artes gráficas, reproduzindo com grande fidelidade o real; e o pós-industrial, que se caracteriza pela chegada da tecnologia digital, com informações visuais, verbais e sonoras, todas juntas representando um mesmo objeto.
A contemplação de artes em museus, agora, se dá através da internet e dos museus on-line. Pode-se não apenas contemplar a obra feita há séculos como pode simultaneamente se informar a respeito da vida do artista ou sobre a própria obra. Pode-se interagir com outras expressões artísticas, como a música, ao mesmo tempo ou consecutivamente àquela obra. Isso possibilita uma nova forma de interagir, em que você pode escolher como pretende fazer. Entretanto, a arte de hoje é um reflexo das ferramentas e da cultura em que vivemos e também do nosso o passado. Além disso, buscamos sempre referências na arte antiga para construir nossos paradigmas atuais, porque é através da história da arte que tudo se construiu.
O viés da web arte está consolidado e em alguns lugares já existem curadorias especialmente para esse tipo de trabalho. Desde a década de 90 e, no Brasil desde 1997 esse tipo de arte já vem sendo divulgado em bienais e exposições. Mas, certamente, seu maior acervo estará disponível e será veiculado através da internet, responsável não só pela divulgação em tempo real e simultânea pelo mundo, como também responsável por parte significante do que caracteriza essa expressão artística.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A arte e o hipertexto

HiperText Markup Language, o que é isso? Conhecida como HTML ou hipertexto, a linguagem utilizada na Internet serve para conectar os milhares de links na rede tanto externa quanto internamente. Atualmente, este recurso está sendo potencializado pela arte, mas não a arte tradicional, de museu, com pinturas a óleo e esculturas, não. Pensada no campo de significado e especificações da Internet, a arte aliada ao hipertexto é conhecida como web arte. A arte feita para a internet usa o ciberespaço como suporte, explorando os recursos multimídia de som, foto, animação, vídeo e imagens tridimensionais, como podemos ver abaixo:




Guto Nóbrega





Lucas Bambozzi



Jackson Pollock

Interatividade, instantaneidade e reprodutibilidade são as características principais da web arte. Com a grandeza da Internet, qualquer obra ou aplicação artística pode ser vista e copiada por milhares de pessoas em qualquer parte do mundo, podendo mostrá-la para um público muito mais amplo do que o restrito universo artístico tradicional.
Há, contudo, uma diferença a ser explicitada: uma boa parte de espaços na Internet trazem a categoria “artes” na rede para designar um trabalho artístico que existe independente da web, como uma pintura, uma escultura ou uma instalação. Neste caso, não há web arte, são apenas “sites de arte na rede Internet”. Um exemplo disso é o que vemos abaixo:



Museu do Louvre

quarta-feira, 12 de novembro de 2008